Beastars – nope, is not about furries

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Ao ver o anúncio de Beastars pela primeira vez não pude deixar de pensar que seria uma obra para o público furry, afinal, temos obras japonesas para praticamente todo tipo de gosto. Mas resumindo todo o post rapidamente: quem assiste Beastars pode sim considerar como algum tipo de material furry (assim como Aggretsuko, Zootopia, e por aí vai), afinal os personagens são animais antropomorfizados, certo? A escolha é sua de como interpretar. Quantas pessoas já shipparam personagens humanos que passam longe de serem canon? Quantos já se depararam com uma fanart da Bowsette no twitter? Os exemplos são inúmeros. Dito isso, minha resenha não pretende se estender nesse assunto, por favor não usem os comentários para ficar batendo nessa tecla, combinado? Podemos continuar? Bora.

Lembrando que o texto possui um nível genérico de spoilers.

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A autora não revela sua identidade, algo comum no Japão, onde algumas autoras chegam a usar um nome artístico que não revele o seu gênero.

Beastars é baseado na série de mangá de mesmo nome escrita por Paru Itagaki, filha de Keisuke Itagaki, autor do mangá Baki the Grappler. O wikipédia relaciona a obra com o gênero ação, comédia, drama, psicológico, romance, thriller e slice of life, fazendo com que a história acabe atingindo um público relativamente diverso.

Ambientação

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Foi impossível para mim não relacionar todo o plano de fundo da história com o filme Zootopia, animação Disney+Pixar que ganhou o Oscar em 2017. Conflitos entre carnívoros e herbívoros, mundo da máfia e crimes em geral, questionamentos sociais, tudo isso está presente em ambas as obras. Da mesma forma que a coelha Judy Hopps em Zootopia sofre preconceitos por ser um animal pequeno e frágil que sonha em ser uma policial (algo até então feito por animais de grande porte), o lobo-cinzento Legosi de Beastars tenta amenizar sua aparência intimidadora andando com as costas curvadas, falando com uma voz calma e baixa, agindo de forma passiva durante conflitos e por aí vai.

Romance

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O romance de Beastars é formado por vários clichês conhecidos: amor impossível, triângulos amorosos, mal-entendidos e momentos de donzela em perigo. Mas tudo acaba tão bem encaixado na ambientação e proposta da obra que não se torna entediante de acompanhar. Algumas cenas mais maduras podem (e estão gerando) alguma polêmica, mas em minha opinião essas cenas deveriam estar lá. Elas não foram usadas de forma gratuita, ajudando muito em como vemos as interações de Legosi, Louis e Haru no decorrer dos episódios. Esse não é um anime para crianças, e a cena de violência mostrada no início da trama nos mostra isso, o que leva para o próximo tópico.

Violência

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O amor impossível entre um lobo e uma coelha, um misterioso ataque dentro dos muros da escola que termina com a morte de um herbívoro, mercado-negro da carne, drogas, máfia, corrupção… todos esses temas estão presentes nessa primeira temporada do anime, que podem ser associados com a sociedade humana. Dito isso, é difícil não termos empatia com os problemas e conflitos que acontecem na trama.

Arte

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Confesso que ainda não me acostumei com o uso de CGI em animes, mesmo entendendo os motivos de tal escolha. Sempre encaro um trailer ou os primeiros episódios da obra com certa resistência. No decorrer dos episódios creio que fiquei tão absorta na estória que essa questão foi caindo no esquecimento. Parando para pensar, a dublagem e fotografia das cenas contribuiram para que a arte não afetasse a minha experiência geral. Muitas cenas como o passado de Louis ou quando Legosi revela a Haru seu segredo foram executadas de forma muito inteligente, sendo destaque para mim. Sem contar a abertura maravilhosa feita com a técnica de stop-motion, algo que não me lembro de ter visto em animes.

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Conclusão

Beastars foi uma surpresa nessa temporada, pois estou cada vez mais entendiada com os animes que surgem… acho que a idade chegou para mim e não tenho mais o ânimo para conferir obras semelhantes a tantas outras que já assisti. Se tiverem recomendações de animes que fogem dos gêneros mais comuns, compartilhem nos comentários e ajudem a aumentar o meu portifólio de assistidos e escrever mais resenhas nesse desértico blog 🙂

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