Shinsekai Yori – Episódio 8

Preparem os lencinhos para sangramentos nasais, só que não e talvez sim.Mamilos? Polêmicas? Alguém puta revolts cas viadagi de Shinsekai? PASSO. Já aviso que esse post pode ser bem mais informal que de costume então não se assustem, é apenas uma maneira descontraída de falar sobre esse episódio que causou certo burburinho por quem estava meio a par do que está acontecendo na série e sobre o que ela não tão subentendidamente trata.

Para você que está ai achando o cúmulo toda aquela exposição “desnecessária” de casais do mesmo sexo no decorrer dos quase imperceptíveis vinte e dois minutos de episódio, deixo a direta dica que aquilo não foi colocado pra atrair o público que aprecia demasiadamente esse tipo de tema em animes, mas sim porque o autor se baseou em teorias existentes de que uma possível evolução humana partiria da homoafetividade em quase cem por cento da população e também para ilustrar mais uma vez, e dessa vez com mais impacto, a realidade dessa distopia. Acredito eu que todos são condicionados a acreditarem que não existe nenhum mal em se relacionar com uma pessoa do mesmo sexo e diria que me pareceu meio que obrigatório para os adolescentes dessa era terem esse tipo de relacionamento. Obviamente que eles se casam e constituem uma família da maneira “antiga”, porém isso não deve ser obrigatório. Então contenha seu teor de “hater” e tente ao menos uma vez na vida ser dar ao “luxo” de ter algum tipo de pensamento racional e coeso.

 

Engraçado também é que Shinsekai é tão regressivo em vários aspectos que o contraste dessa sociedade liberal baseada na falta de conflitos e tabus – que são presentes na nossa realidade – que chega até ser interessante assistir isso e imaginar como funcionaria na realidade. Shinsekai trata o assunto da bissexualidade ou homoafetividade, como queira, de uma forma tão natural e leve que não chega a ser agressivo ou causar estranheza ao espectador assíduo. Outro ponto interessante é que o personagem, que para mim era o mais “afeminado” do grupo, mostra um interesse obsessivo por Maria, o Mamoru. Ele é quase é o stalker daquela era, que ao invés de fuçar a vida do stalkeado nas redes sociais e afins, ele desenha compulsivamente a imagem da amada, temos ai algo que pode vir a ser bem interessante para trama e desenvolvimento do personagem. Agora olha que curioso, na vida real os gays se sentem como ele, excluídos, calados e reprimidos, claro que não todos, mas temos ai uma inversão quase que total da atualidade.

Fora tudo isso ai, temos o começo de descontrole mental de Shun, sim não imaginava que ele teria indícios do “Karma ruim”, mesmo sendo óbvio já que o segundo episódio narrou a história de um garoto muito inteligente que sucumbiu ao descontrole do cantus, eu sinceramente não esperava que isso fosse acontecer com algum deles e principalmente com o Shun, já que os episódios anteriores se focaram em Satoru e Saki. O bom disso é que aquela dúvida sobre como os personagens esquecidos seriam desenvolvidos foi deixada de lado, já que provavelmente vamos ter alguma base para justificar alguns atos que venham ao decorrer da trama.

Esse capítulo traz de volta aquela apreensão dos primeiros episódios, aquele suspense que eu adoro, com a mesma formula dos iniciais, mas de forma diferente. Como disse no twitter, o staff de Shinsekai tem momentos de inspiração e momentos de relaxo, estou apaixonado pela fluidez que algumas cenas tiveram, em especial a da Saki correndo para aliviar sua angústia com a Maria. Um bom timing, uma interação plausível entre os personagens e os já famigerados excelentes backgrounds. Talvez eu tenha deixado escapar alguma coisa importante, poderia até discorrer mais sobre o tópico do início do texto, entretanto acredito que o interesse é individual e o legal de acompanhar Shinsekai é a possibilidade de você terminar o episódio, rever, amontoar tudo que você absorveu e ir dar uma pesquisada, porque, repetindo, o Yusuke deve ter tido um trabalho de pesquisa imenso para embasar essa obra.